quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Apagão: o grande problema do setor elétrico


A coisa mais temida no setor elétrico é o apagão. Um apagão ocorre quando não se consegue gerar energia elétrica suficiente para atender a quantidade de energia elétrica que se deseja gastar. Evitar que isso ocorra não é uma tarefa fácil.

A energia elétrica é produzida por usinas, no caso do Brasil, usinas hidrelétricas e termoelétricas. As usinas hidrelétricas utilizam água, que é armazenada em reservatórios, para girar as turbinas e assim produzir energia. Já as usinas termoelétricas utilizam combustível para poder girar essas turbinas.

O custo de geração de energia produzida pelas usinas hidrelétricas é bem mais baixo que o custo de geração de energia produzida pelas usinas termoelétricas. Isto porque nas usinas termoelétricas é preciso pagar o combustível gasto para girar as turbinas, enquanto que nas usinas hidroelétricas não é preciso pagar pela água, basta armazená-la. Entretanto, se não tiver água no reservatório das usinas hidrelétricas, não é possível gerar energia através delas e este é o grande problema.

A tarefa importante do setor elétrico é decidir se vai usar e o quanto vai usar da água armazenada nos reservatórios das usinas hidrelétricas para gerar energia no presente. A complexidade dessa decisão é que ela não é baseada apenas no presente, é preciso levar em consideração previsões do que vai ocorrer no futuro.
Existe duas situações que é preciso evitar: se a decisão for gerar energia com as usinas hidrelétricas, isto é, usar a água dos reservatórios, o custo de geração no presente fica bem baixo. Porém, se no futuro ocorrer uma seca, os reservatórios das usinas hidrelétricas ficam vazios, não sendo possível gerar energia elétrica através delas. A solução será usar as usinas termoelétricas para gerar energia, isto deixa o custo de geração de energia no futuro muito caro e, além disso, não será possível atender toda a quantidade de energia a ser gasta no futuro, ou seja, ocorrerá o temido apagão. A outra situação ruim é: se a decisão for usar mais usinas termoelétricas do que usinas hidrelétricas para gerar energia elétrica, isto é, poupar a maior quantidade de água dos reservatórios, o custo de geração no presente fica muito caro. Porém, se no futuro chover bastante, para que os reservatórios das usinas hidrelétricas não transbordem provocando inundações, é preciso liberar água sem gerar energia, isto é, um desperdício de recurso. Portanto, o custo alto gerado no presente foi totalmente desnecessário.

A grande dificuldade na geração de energia elétrica é justamente fazer um planejamento que tenta encontrar um equilíbrio entre o custo de geração no presente e o custo de geração no futuro. A complexidade dessa tarefa é porque não é possível saber a quantidade de água que vai chegar aos reservatórios das usinas hidrelétricas no futuro, o que chamamos de vazão. Portanto, é preciso fazer uma previsão de vazão por um período longo, de alguns anos à frente, para se tomar uma boa decisão.
Atualmente, o setor elétrico utiliza vários modelos estatísticos para tomar tal decisão. Mas a busca por modelos com desempenhos melhores não é descartada. Pois quanto melhor for mapeada as vazões no futuro, melhor a decisão sobre a geração de energia elétrica. Existem modelos que utilizam técnicas inteligentes, tais como redes neurais e lógica fuzzy, nessa aplicação.

(Texto retirado de: http://oglobo.globo.com/blogs/mundo inteligente).

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